O lido
O livro cortou o meu
coração com uma voz muda
O livro desatinou o
que eu sinto e me fez sentir coisas novas
O livro sem coração
me adentrou no coração que ele mesmo tem
O livro me fez andar
quando estático no sofá
As páginas viraram os
meus dias quando o amanhã ainda não chegou
As páginas me deram
personagens quando no fundo eu estava só
As páginas me
emocionavam e eu mesclava sensações internas e externas
As páginas oscilavam
o meu humor mesmo eu parado no tempo
A palavra com teu
poder guiou meu pensamento
Minha caminhada sobre
as letras produzia sentido
A minha mente gravava
uma história e eu amava
Eu estava na vida
real e também, na fantasia
O autor se escondia,
mas eu o procurava
O autor se isentava e
eu o notava
O autor sumia e eu
assumia
Que no fundo, no mais
profundo, ele era tudo o que eu lia
Literatura aguça
sensações
De poder ser, não
ser, e ser pouco menos, pouco mais
Literatura faz
lágrima descer, sorriso subir e coração arder
Literatura é o que
leio, o que penso depois de ler e o que ainda não li
Literatura é o “vrum
vrum vrum” que meu estômago faz, quando caminho demais sobre as Letras
Lucas Teles, às
13h52min do dia 16 de maio de 2012