Penso que estou indo
contra a famosa frase de Fernando Pessoa. Tenho tido todas as tristezas do
mundo e acredito que as primaveras resolveram me abandonar. Não há flores, mas
tristeza sim. E muita tristeza.
Algumas pessoas me
parecem rejeitar toda bondade possível. São nulas de qualquer sensibilidade e,
infelizmente, acabo sentindo o peso disso. Mesmo não sendo responsável por
maldades alheias, tento decifrar os motivos que levam tantos a agirem com pura
incoerência.
São muitos os príncipes
que não zelam por suas rosas.
Os sentimentos
aprisionados no meu coração oscilam tão rapidamente que o meu corpo fica
exausto. Minha mente se confunde e minhas ações se perdem na medida em que
tento acertar um ponto.
Infelizes situações
intensificam minha insatisfação. E o que posso pronunciar é um desalinhamento
entre condição espiritual, corporal, sentimental, psicológica e cognitiva. Eu
sofro por mim, por aquilo que me envolve e, também, por aquilo que sugere a
interferência no pensamento de outros. Sim, eu sofro pelo mundo.
Ao mesmo tempo não está
em meu domínio distinguir os bons entre os ruins. Talvez pelas tristezas do
mundo. Talvez o peso que estou há tempos suportando. Qual seria o valor daquilo
que tenho hoje? Qual seria o significado daqueles que me cercam? Qual seria a
modificação na minha vida de lugares em que perpasso?
Incrível é se sentir
invisível. Uma espécie de droga em que tudo parasse no tempo. Até mesmo o
coração. Portanto não vejo, mal ouço, não falo e sequer sinto!
É excessivamente
subjetiva essa minha realidade atual, mas simplesmente, a pura verdade. Peço aos
pássaros que se dissipam no ar que me tragam as primaveras de volta. Embora agitados, sempre ouço um fragmento de
resposta positiva. A qual pode reestruturar estes cenários conturbados.
Viver tem uma definição
clara nos diversos dicionários. Contudo, o que se passa dentro de nós, não.
Para além de serem muito próprias, as coisas que vão e vem aqui dentro estão
muito relacionadas com a alma, com o espírito. Ser humano é tarefa complexa e
até estúpida. Porque somos por natureza, insensíveis, rudes. Mas o que ser após
o “humano” pode agregar toda a sensibilidade que nos falta. E os pesos do mundo
se esvaem...
Lucas Teles, às 21h56min
do dia 18 de setembro de 2012
No ventre de sua mãe ele se alegrava inteiramente por ouvir aquele som
delicado que saía do instrumento de seu pai.
Aos quatro anos de vida, agora ele aprendia com a mãe a apreciar
orquestras que aludiam o pai musicista que agora habitava seu lar em espírito.
Apaixonado pelo violino e desejoso por aprender a manuseá-lo, o
adolescente almejava a faculdade de Música. Os tempos de outrora endossavam
seus sonhos.
Na universidade, as aulas o completavam e seu desempenho era sem sombra
de questionamento, o mais ilustre. Tornara-se monitor de seus colegas e um
compositor de excelência. Seus toques ao violino revelavam sua capacidade única
como violinista.
Musicista em uma das orquestras mais sublimes de sua cidade, encontrava
no partidário mais fiel um amor que jamais, em vida, pôde decifrá-lo, senti-lo.
Em uma viagem à França, lembrava-se de seu amor e daqueles olhos que o
viam com tanto afeto.
Divididos por uma realidade e sociedade rude, o musicista buscava refúgio
em suas composições. Sonhava, assim como sonhou com violinos, a entregar-se ao
sentimento mais leal que existe.
Cicatrizados por todas as lutas contra paradigmas diversos, musicista e
seu Sonho agora estavam unidos por um laço constituído de cumplicidade.
Mas a mãe daquele musicista partiu deixando a profissão de medicina e um
lar aconchegante e espirituoso. O musicista, não fosse pelo amor materializado
em seu partidário, não suportaria.
Num parque vívido de Portugal, o partidário colocava vinho em taças
grandes e bem desenhadas. O cenário era envolvido por uma canção que escapava
dos dedos e violino daquele musicista. Um beijo amoroso e sincero zelava uma
história de superações, amor, vida e sonhos.
Via Harmonia - Rede Minas
Rabiscos.
Lucas Teles, às 02h01min do dia 17 de setembro de 2012.
Menina
pateta, pateta menina, menina atrevida, sapeca e enérgica... Minha mãe sempre utilizava
todas essas denominações assim que eu deixava minha casa para trás, e ia à
busca de qualquer rua do bairro movimentada e recheada de crianças. Era praxe
brincar de vôlei, me arriscar à tarefa ingênua de jogar futebol, me aventurar
nas confusões dos jogos de queimada com os amigos, enfim, pular corda e jogar
dama...
Entretanto,
para além de viver a infância e participar de todas essas atividades que
criança adora e se entrega de corpo e alma, eu amava a minha amizade com o
sorveteiro João. O Sr João fazia a alegria de todo o bairro com seus deliciosos
sabores de sorvete. Os casais jovens e adultos assiduamente compravam bolas
coloridas de sorvete e iam à praça namorar. Outros velhinhos também se
deleitavam com doce após as missas e ainda batiam aquele papinho com o Sr João.
Tão adorável era este Sr humilde, sereno e afetuoso.
Desde
menina, aos sete anos de idade, eu conseguia decifrar por meio de um característico
olhar, o que significava a amizade. Mesmo pequenina eu sorria muito quando Sr
João pausava seus atendimentos e pegava-me no colo me jogando até as nuvens mais
belas com os mais belos formatos. As três sagradas moedas que minha mãe,
tranquilamente me concedia todos os dias após o colégio, faziam-me ir até um
anjo que habitava a Terra. Meu grande e único amigo. Aquele Sr com cabelos tão
brancos que aludiam àquilo que ele mesmo fabricava. Os sorvetes de flocos.
Foi
em um dia nublado que desertas ficaram as ruas do meu bairro. Foi neste mesmo
dia que minha mãe disse-me para pedir ao Sr João que me desse um sorvete para
que eu pagasse depois. As moedas haviam acabado. Então segui rumo ao carrinho
de meu amigo estranhando as ruas fúnebres que me rodeavam.
De
repente encontrei pessoas. Todas agrupadas olhando para o chão, na mesma
direção. Vi um carrinho jogado com todos os coloridos sabores derretidos no
paralelepípedo. Vi um pedaço dos cabelos brancos do Sr João agora avermelhados
por um líquido irreconhecível para mim, naquele momento. Talvez fosse o
instante de partida daquele meu anjo protetor. Lágrimas desceram dos meus
olhos, mas eu sorria ao mesmo tempo.
Senti
um arrepio indescritível quando tocaram meus ombros. Fechei meus olhos e
inclinei minha face para aquele céu que agora, despejava gotículas tímidas de
chuva. Recebi das mãos daquele anjo lindo, calmo e forte o sorvete mais bonito
que já se viu naquele meu bairro. O saboreei como se fosse não a morte de um
amigo, mas o nascimento do nosso sólido vínculo. E conforme eu sentia aquele
sabor consistente e agradável, eu chorava por uma vida que havia partido sem
nenhuma palavra dita.
Mas
o Sr João sempre foi adepto a fazer a alegria de seus amigos. Fazia parte de
sua personalidade alegre. Ele sussurrou aos meus ouvidos algo que nunca mais
deixei esvair da minha memória e do coração:
“A
vida é um sorvete, deguste-a antes que derreta. Amo-te!”
Levei
aquele gesto singelo e especial até o meu íntimo, e depois disso nunca mais
esqueci o real sentido da vida. Sim, os amigos são anjos que se manifestam na
Terra...
Às 16h53min do dia 15 de setembro de 2012
Por Lucas Teles
REALIZADO!
Apesar da ausência de todos os nossos amigos, este encontro, realizado neste feriado (7 de setembro), foi convertido em uma espécie de DUO SARAU. Gustavo e eu experimentamos o ambiente único e confortável do Café com Letras e mergulhamos em nossos escritos. Há tempos não fazíamos isso. Foi simplesmente, SUBLIME!
Beatles em quadrinhos, um charme!
Suco de laranja - Pão de queijo recheado com mussarela de búfala - tomate seco e manjericão fresco - Shop - Café expresso com chantilly e LETRAS.
Gustavo, o pensador.
Elvis nas minhas mãos!
Lucas Massa
"Quero descobrir uma maneira de ser absurdamente feliz todos os dias [...] Quero descobrir como viver a vida de modo pleno, alegre, desatinado. Essa é a minha busca. Por enquanto não estou indo muito bem."
Isabel Losada envolve seus leitores em uma jornada incrível! Cheio de surpresas, o livro nos presenteia com frases marcantes, capazes de modificar nosso estado do dia. Curtam, apaixonem-se, vivam e entrem nessa busca essencial e revigorante. A busca pela FELICIDADE!
- Procurar a beleza interior nas pessoas é um truque que pratico na vida diária. Com autoritários antipáticos, por exemplo. Vez ou outra, quando me pego pensando que uma pessoa é arrogante, olho de novo para ela e penso que sua beleza interior é querer ser amada e não saber como conseguir isso. Então, sou gentil com ela, não importa que seu comportamento seja mesquinho. Em geral ela muda instantaneamente e se torna um ser humano. É um bom truque.
- Ver alguém redescobrir a capacidade de brincar é como presenciar um milagre.
- Do momento em que conhecemos alguém que amamos, a separação é inevitável, cedo ou tarde.
- Não queria prender ninguém, nem ser presa. Queria amar incondicionalmente, sem exigências ou expectativas.
- Resumindo: o desapego é uma boa lição. Nos ajuda a aproveitar o tempo que passamos com aqueles que amamos.
- Há quem diga que levar a vida como se fosse durar para sempre é a maior pretensão humana.
- Ia trabalhar demais, sem tempo para pensar, iria a um pub no fim do dia, acordaria de ressaca, beberia muito café e sonharia com franceses e americanos. Estaria de volta à vida normal.
- Convidei Deus a entrar na minha vida, admitindo que não tinha feito um bom trabalho até então e que, se Ele quisesse assumir o controle, as coisas só podiam melhorar. E melhoraram. Aos meus olhos, o mundo mudou. As estrelas brilhavam no céu em vez de apenas ficarem penduradas lá em cima. O mar era majestoso, e não mais apenas molhado. Esse ''amor'' estava em toda parte à minha volta e sorria no rosto dos estranhos. Foi aí que meu ''caminho'' realmente começou. Nada mais foi igual desde então.
- IOGURTE CASEIRO E MEL EXTRAÍDO DA COLMEIA.
- A verdadeira jornada, Isabel, é com você mesma.
- Participe de sua experiência e experimente sua participação.
- Se vocês nunca ouviram uma cotovia, caminhem pela Ridgeway, em Oxforshire, no verão.
- Vou lhes dizer outra coisa que aprendi naquele fim de semana: não sabemos nada apenas olhando para as pessoas. Absolutamente nada. Gostamos de pensar que sabemos muito e que somos capazes de julgar pelas aparências. Ou eu pensava. Orgulhava-me de conhecer mais dos outros depois de dois minutos do que eles próprios. A verdade é que aparências enganam. Muito.
- A verdadeira jornada é conosco.
- Estou feliz por estar vivo.
- Seja paciente.
- Perdoe sempre os seus inimigos - nada os irrita tanto. Por Oscar Wilde, via Pra que ter razão se eu posso ser feliz?
- Através da prece e da meditação, procure melhorar seu contato consciente com Deus...
- Só por hoje vou agir de uma maneira que admiro em outra pessoa.
- Aprendi a viver segundo meus próprios padrões. Aprendi a pensar no que digo e a admitir que às vezes posso estar errada.
- Será que há esperança para mim? Será que existe progresso? Talvez...
- A vida é um vale de lágrima, de sofrimentos e de privações.
- Renascer é liberar lembranças, sentimentos ou dores armazenadas na memória celular.
- A única coisa que sabemos é que nunca, em nenhum momento, duas pessoas se sentem mútua e igualmente atraídas.
"E quanto à felicidade? Sou feliz?, vocês se perguntam. De modo completo, abundante, alegre e estúpido? O que é ser feliz? Ver as lágrimas correndo pelo rosto e saber que está tudo bem? Esse sentimento mal compreendido, desenfreado ou seja lá o que for eu tenho, tudo bem? Estar em paz com a dor e o sofrimento? Saber que estou fazendo o melhor que posso e vocês também, e que qualquer que seja a dificuldade ou alegria, vai passar? Celebrar todas as coisas? Sim, isso é felicidade. Não o que geralmente entendemos por felicidade, uma felicidade baseada em relacionamentos, dinheiro e sucesso, que talvez sejam mais divertidos, mas que podem desaparecer da noite para o dia. O que vocês preferem?
A vida é excitante. Há muita coisa para fazer e aprender. Na verdade, vocês não precisam de muito dinheiro. Joguem fora a tevê e sejam criativos. E se não for tarde demais para fazer todas as coisas que sempre desejamos fazer? Ver se sou capaz de fazer uma vasilha de cerâmica no forno. Fazer um curso de sexo tântrico de um ano. Ler 'Memórias, sonhos e reflexões'. Encontrar um jeito de visitar a floresta equatorial antes que acabe. Produzir meu próprio adubo orgânico. Fazer pão. Ter um cachorro. Representar o Príncipe Encantado em mímica no Natal. Viajar pela América do Sul. Trabalhar como voluntária por seis meses junto às irmãs de Madre Teresa. Montar um camelo. Pintar um quadro enorme com cores primárias. Estudar política, história, geografia, biologia, geologia, teologia, psicologia...bem, psicologia talvez não. Reflexologia, sim - eis uma matéria que eu poderia adorar. E acabei de descobrir que na Inglaterra há quem ensine viagem astral. Sabe aquelas "experiências fora do corpo" que as pessoas têm quando morrem? Agora posso aprender isso estando viva. Vocês acreditam nisso?
Temos m número limitado de batimentos cardíacos. Portanto, seja o que for que eu queira fazer, tenho que fazer agora. E o que devíamos estar fazendo? O que nos dê alegria e alegre os que nos rodeiam. Há muita inspiração disponível."
* Estes foram os fragmentos mais instigantes do livro Pra que ter razão se eu posso ser FELIZ? por - Semente do que ainda virá - *