Tanto
tempo se passou e tanta coisa aconteceu. A gente não imaginava que ia dar conta
de superar a distância, mas foi possível.
As
coisas se desenvolveram. Nossa, e como é fantástico poder entender isso. Que
podemos prosseguir ainda que no meio do caminho enfrentemos uma série grandiosa
de dificuldades. Daqueles apertos que nos engolem LITERALMENTE.
É
triste ter que aceitar que daríamos tantos passos INCRÍVEIS distantes um do
outro. Pior ainda é ter que compreender que nenhuma dessas mudanças mais
primordiais e valiosas não poderiam acontecer com a gente no mesmo caminho.
Não, não dava!
Notamos
que a cada passo dado deixávamos PROPOSITALMENTE e INFELIZMENTE de nos
conhecermos de verdade. É mais fácil nos separarmos pra tentar um espaço melhor
do que fazer de um mesmo espaço, um lugar bom pra que pudéssemos juntos ficar.
Mas
o que é a vida sem os ensinamentos, não? O que é a vida sem aquilo que podemos
usar como aprendizado? Ela não foi, não é e não seria NADA. Hoje fotos e vídeos
nos mostram sim algumas coisas boas que nos aconteceram, mas também nos
evidencia o quanto que poderíamos ter crescido juntos se tivéssemos dado mais
espaço para a MATURIDADE. E fomos tão relapsos com o tempo, né?
Este
se passou em grandes saltos e perdemos mesmo o controle de todas as situações.
Mas veja bem, agora não tem mesmo como a gente consertar isso. Pelo simples
fato de que descobrimos a felicidade assim, distantes um do outro. Nós
descobrimos que, apesar do sentimento que existia em nosso meio, da ligação
quase que doentia, nós conseguimos captar a mensagem de que não seria forte o
bastante pra nos fazer terminar o caminho juntos. Claro, isso é complicadíssimo
de ler e assimilar.
Mas
não tem como, aliás, não teve jeito. A gente não deu conta de ignorar a leitura
dessa página. Ela se mostrou mais nítida e objetiva do que todas as outras. E
então prosseguimos. Um dia, uma semana e logo, quem sabe? Um ano de superação.
E com muito esforço, poderemos estar prontos pra outra. Não que seja preciso
ser dessa forma, dolorosa, cortante demais... Mas linda de se viver e
inspiradora o suficiente para RECOMEÇAR. Eu lhe deixei há um bom tempo em
resposta às várias formas agressivas com as quais você me tratou.
Eu
reagi (mal, infelizmente) a tudo o que me fizeste durante este percurso. Eu
carrego o peso do tempo que se passou e que poderia SIM ter sido melhor
aproveitado e mais ainda, o peso dos maus tratos injustificáveis. Das ações que
nunca compuseram a minha conduta. Mas eu descobri, muito mais longe de casa do
que um dia você esteve, que eu não tenho que sentir tudo isso.
Que
eu não tenho mais que tentar encontrar respostas. A resposta agora é essa. Foi
essa desde sempre quando eu tentava sair disso tudo, mesmo completamente
desejoso por abraçar-te e dormir contigo em uma noite confortável e perene. As
coisas passam. Até mesmo àquelas que duram muito tempo e que pesam sobre nossos
ombros de uma maneira que não somos capazes de descrever. Este peso tem saído
de mim, muito embora apareça em parte dos meus pensamentos. Apesar de me fazer
procurar saber como estás e como tem passado os seus dias. Mas passa.
Passa
porque a partir de agora ficou claro que vamos seguir novos objetivos dispostos
a compartilhar todos eles com outras pessoas "quaisquer". Um abraço
ao passado em que tanto desejei ser presente e futuro. Um beijo a você que
decidiu crescer em termos de experiências sem mim. Dias leves e tranquilos a
você que não quis agregar e nem fazer morada, e que de maneira muito triste
decidiu dar-me ouvidos depois que voei pra longe daí. Vamos seguir. É o que nos
restou e é o que vai nos manter vivos a partir de agora.
Lucas
Teles, 06 de janeiro de 2017.