Via Semente - Pedir...
20:15
Ele
rejeitou enquanto pode a possibilidade de conhecer alguém através daquele
pequenino aparelho telefônico. Sentia-se superficial e imaginava com muita
convicção que conhecer uma pessoa assim, dessa maneira, não iria sugerir
verdade, nem de vontade em estar junto, nem de sentimento. Apenas, superficial.
Pudera,
e não é que ele cedeu? Com o perfil criado e suas combinações intrigantes,
surge uma que o fez interessado. O fez chamar para um papo e de repente estavam
ali, trocando informações.
Um
palácio de cultura foi o primeiro cenário. A timidez os invadiu, mas não
impediu o surgimento de um beijo mais tarde. Beijo que veio demorado, suave,
com vigor e com muita curiosidade. Começaram a se conhecer...
Os
números foram trocados posteriormente. E uma exposição de Arte foi o segundo
cenário que os possibilitou um café delicioso com uma conversa envolvente e
muito, mas muito mais curiosidade.
Agora
as conversas aumentavam e o terceiro encontro acontecia em uma sala de cinema.
Bem típico, não? O filme não conhecido tornou-se para um deles o melhor de
todos. Com um enredo extremamente surpreendente e uma satisfação em estar junto
que não cabia em palavras. Um beijo, dois beijos, bochechas felizes!
Uma
Itubaína e uma Heineken resolveram se beijar por toda uma noite e as pausas
entre os beijos só aconteciam entre uma intervenção e outra de pessoas vendendo
a sua arte, seus bombons, suas poesias... Os beijos foram reelaborados. Todos
em uma configuração ainda mais envolvente e com certo sentimento. As conversas não
pararam por ali. Prosseguiram!
Agora
dentro de um “forno” conversavam diretamente sobre relacionamento. Beijos,
abraços, brincadeiras e mais Heineken. Mas como falar sobre o futuro dessa
relação, hein? Ali, assim... Seria cedo demais? Quem deveria? Aquele com
experiências, mas que nunca executou este famoso pedido a alguém ou àquele mais
novo que simplesmente ainda não passou por tal experimento e ainda afirmou não
saber como fazer? Não saber a receita do bolo... É preciso falar sobre isso
agora? Seria arriscado? Ou não seria preciso aguardar o tempo correr lá no
relógio pra ter que dizer o que vem de dentro negando toda e qualquer imposição
social? O que fazer?
Eu
ainda não sei o que fazer. Não sei como e muito menos quando. Não sei se seria
ideal pra mim e nem pra você. Não sei se isso mudaria o que tem acontecido de
mais legal entre a gente. Verdadeiramente a gente não sabe se está cedo demais
para certas decisões em nossas trajetórias, mas também não conseguimos negar
que o medo de adiar existe e bate a porta do nosso quarto a noite. Ele fica lá
pedindo pra deitar nas nossas camas e ousadamente entra em nossos travesseiros
confundindo nossos sonos, nossos sonhos...
O
que eu devo te falar aqui agora? É bom sentir o meu corpo mudando
fisiologicamente todas as vezes que você se aproxima. É bom ver os meus
próprios olhos sorrindo escandalosamente quando mensagem sua chega ao telefone.
É delicioso abraçar e beijar você, esquecendo o mundo à minha volta e
embriagando-me da sua presença sem receio, sem parar. É bom saber que semana
entra e semana passa e ainda mantemos nossos diálogos, nossas trocas de
músicas, de fotos, de palavras... É bom sentir que tem sido de verdade sem a
preocupação de como vai ser depois e sem a incumbência de determinar o modo como
tudo deve funcionar porque simplesmente assim, isso funciona pra gente. Tá
dando certo, bem, eu acho!
As
frutas em nosso meio, os biscoitos, o suco, o sol, as folhas das árvores que
nos rodeiam, este parque que aqui se faz presente, nada disso hoje importa mais
do que o fato de eu estar bem do seu ladinho. Hoje a sua presença tem um
significado muito instigante, e nessa de me despertar o interesse eu fico aqui
cogitando hipóteses, mesmo aparecendo tantas dúvidas, em ter você de uma forma
diferente. Talvez mais aprofundada, quem sabe? Talvez ainda mais apaixonante...
O
coração tá aqui me cutucando. Fazendo-me cutucar você também e jogando diversas
indiretas...
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